08 março 2014

Dia Internacional da Mulher: conheça um pouco de sua história

O surgimento do Dia Internacional da Mulher é envolvida por muitas histórias e mitos. Na verdade, foram sucessivas situações que levaram a luta das mulheres para seus direitos valerem a pena. Sabemos que ainda existem culturas em que a mulher não tem voz ativa e que não tem direito algum, mas quem sabe, não é uma questão de tempo?

Como seria o mundo hoje se as mulheres do passado não tivessem lutado? Será que ainda seríamos uma sombra do homem? Será que teríamos todos os direitos que temos hoje? Será que estaríamos no mercado de trabalho, votaríamos e teríamos voz na sociedade? É óbvio que não temos respostas para esses questionamentos, mas uma coisa é certa: nosso progresso não seria tão significativo.

Temos que agradecer por todas as mulheres que lutaram e buscaram seu lugar ao sol. O importante é valorizarmos nossos direitos e fazer com que valham, deixando nossa marca na história com atitudes sólidas e positivas.

Tudo de bom e do bem para você!





Foto: Wikipedia/Commons
Carroça dos bombeiros passa por via onde ocorreu
o incêndio que matou mais de 140 mulheres e crianças,
em Nova York (Foto: Wikipedia/Commons)

Em 1911, quando as mulheres não tinham nem direito ao voto em praticamente todo o mundo, o dia delas começava a ganhar o planeta. A homenagem vem não apenas de um fato que aconteceu em um 8 de março de 1857, em Nova York. 



Para se chegar a esta data foram precisos uma revolução, protestos violentos e que centenas de mulheres dessem a cara e o corpo para bater e até ser queimado.


Manhattan, New York City, U.S. – 25 de Março – 146
mulheres morreram neste prédio (Foto:Wikipedia)
Ainda no final do século XVIII, a escritora britânica Mary Wollstonecraft levantava a questão de como a mulher era tratada. Condições subumanas, carga horária pesada e salários bem mais baixo do que o dos homens já eram apontados para mostrar quanto elas eram consideradas de forma diferente e, pior, como são até hoje.


“Por que as mulheres são comparadas a anjos, senão somente para deixá-las abaixo das mulheres? Elas só são anjos quando são jovens e bonitas, consequentemente, não é pela virtude que adquirem esta homenagem”, escreveu Mary Wollstonecraft, em "A reivindicação dos direitos das mulheres", em 1792.

Assim, menos de 70 anos após a Revolução Industrial, em 1857, trabalhadoras de uma fábrica têxtil, apelidadas então de ‘funcionárias das vestimentas’, protestaram por melhores condições de trabalho em Nova York e o que ganharam a curto prazo foi uma violenta resposta de policiais. 


Mas aquela data não passou em branco dentro da história. Dois anos depois, também em 8 de março, mais mulheres fizeram uma força única e começaram a obter os primeiros direitos de trabalho por intermédio de uma associação. Fato este que impulsionou o direito das mulheres dezenas de anos depois. 

Funcionárias do Instituto de Resseguros do Brasil,
primeira empresa 
no Brasil a ter uma creche para
filhos 
das funcionárias.
Foto: Divulgação.
Em 1908 (também em 8 de março), 15 mil mulheres se juntaram na cidade de Nova York e fizeram novo protesto reclamando por seus direitos e também protestando contra o trabalho infantil. Em maio do mesmo ano, o Partido Socialista da América estabeleceu que o último domingo de fevereiro seria o “Dia Nacional das Mulheres”, data mantida até 1913. 

Em 1910, organizações socialistas se encontraram em Copenhague, na Dinamarca. Lideradas pela alemã Clara Zetkin, resolveram adotar uma data fixa para celebrar o dia delas no mundo todo. Ficou acertado que seria em 19 de março, e já no ano seguinte países como Dinamarca, Suíça, Alemanha e Áustria o adotaram. 


Berlim OrientalUnter den Linden, (1951). Retratos
 de  líderes da 
Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation
(IDFF), na 41ª edição do Dia Internacional da Mulher

Em 1911, porém, é que acabou dando força ao movimento. Novamente em março, mas agora no dia 25, 146 trabalhadores dos 500 presentes na fábrica, entre mulheres, crianças e adolescentes italianos e judeus europeus, morreram em um incêndio na companhia Triangle Waist Company. A tragédia acabou sendo chamada de, em livre tradução, o ‘trágico incêndio no Triângulo’. 
Após os relatos desesperados e as histórias das condições subumanas que eram implantadas na fábrica, a revolução começava a dar voz e direito às pessoas, principalmente para as mulheres. 

Lideradas pela União das Moças Trabalhadoras do Vestuário e da Liga da União das Trabalhadoras, conseguiram os primeiros avanços. Entre eles, de obrigar que as empresas mantivessem abertas as portas de emergência. Antes, os empresários fechavam todas alegando que havia furto de produtos. 

A data de 8 de março, porém, ganhou força na Rússia. Em 23 de fevereiro de 1917 pelo calendário Juliano, que coincidentemente caiu em 8 de março pelo calendário gregoriano, o czar russo Nicolau II foi obrigado a deixar o governo e garantir o direito ao voto das mulheres. 

No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. O direito ao voto veio em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. Apenas 43 anos depois, as Nações Unidas oficializaram a celebração do Dia Internacional da Mulher.

Desde então, o 8 de Março assumiu uma nova dimensão e o movimento pelos direitos das mulheres tem crescido por todo o planeta, reforçado por organizações, conferências e leis que protegem o direito feminino. É chegada a hora de comemorar as conquistas alcançadas, mas também de refletir sobre as discriminações e violências sofridas pelas mulheres.



Fonte: Revista Escola / JBlog / Wikipedia / O Brasileirinho / G1 / SSP



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