08 fevereiro 2012

Diogo Ferrari: "Pintor de Quadros Vivos" - Tatuagem: a arte sem preconceitos!

Hoje o blog recebe o tatuador, músico, poeta, filósofo nas horas vagas e, como ele mesmo diz, "Pintor de Quadros Vivos". Apresento Diogo Ferrari, pessoa que tive o prazer de conhecer ao visitar grandes e eternos amigos em Campinas.
Apesar de conversarmos pouco, percebe-se que é um cara do bem, gente boa e super alto astral. Por isso ele não podia deixar de dar o ar da graça por aqui.
Convidei-o para falar sobre a Tatuagem, assunto este que ainda é tabu e causa muita discussão, principalmente entre as gerações mais velhas.
Sou apreciadora de tatuagens e acho que devem ser feitas com consciência e de forma artística. É uma forma de expressão e admiro quem realmente se expressa, sem nenhum preconceito através dessa arte.
Para tatuados ou que um dia ainda serão, para admiradores e simpatizantes - boa leitura!




A tatuagem, ao contrário do que muitos ainda pensam, é uma arte milenar. Tão antiga quanto outras manifestações artísticas em telas ou no papel, só que com um adicional: o quadro pintado se move, sente e diz o que pensa. É o que costumo chamar de “quadro vivo”.

Por estar envolvida, ao longo da história, com guerras, criminalidade e simbologias, criou-se uma camada de preconceito que hoje foi quebrada na maioria dos países do ocidente e oriente. Hoje posso dizer que, literalmente, tatuo o dono da empresa multinacional ao seu funcionário, o bancário e o estagiário.

E é exatamente pelo motivo da popularização da tatuagem que devemos levar vários fatores em conta na hora de decidir se aventurar com uma delas pelo corpo. Até pouco tempo atrás, os estúdios funcionavam com desenhos pré-definidos, distribuídos geralmente por pastas onde o cliente entrava, escolhia e tatuava.

O processo de tudo isso geralmente era rápido e a escolha do desenho ficava simplesmente por conta de sua beleza e formalidade. Com os anos passando, foi-se percebendo que a tatuagem, sendo algo exclusivo e um marcador permanente, deveria ser personalizado e único. E é isso que eu recomendo e faço: um desenho para cada pessoa.

Parece que não, mas é extremamente importante. Quem gosta de ver o mesmo desenho que tem tatuado no braço, estampando outras peles por aí? E o pior, sem saber o significado daquilo?

O primeiro cuidado que devemos ter é quanto à certeza de que queremos uma tatuagem, tendo em mente que durará para sempre, afinal, os métodos de remoção dos desenhos ainda é muito inacessível para a maioria da população por seu alto custo, dor e marcas deixadas.

Outro ponto muito positivo é que a questão da higiene e assepsia evoluiu muito. É muito difícil encontrar um estúdio sério e com profissionais responsáveis que não cuide disso em qualquer parte do país. Porém, é importante conhecer o local, o tatuador e saber se as agulhas são descartáveis e a esterilização do equipamento é feita através de uma autoclave.

Muitas dúvidas aparecem na maioria das pessoas quando o assunto é o desenho a ser escolhido. Particularmente, não vejo motivo para tanta preocupação com o que será tatuado, desde que combine com a pessoa. Pode ser uma forma abstrata por motivos estéticos ou um brasão de família que carrega uma bagagem de significados. Desde que a pessoa sinta-se bem com aquilo, é o bastante. Mas se há dúvida, não faça: espere a certeza chegar.

Mas o mais importante: tatuem desenhos únicos. Não copiem artistas da moda, pastas ou amigos, pois as tatuagens dos outros podem não se encaixar no que você é. Ninguém quer ter que olhar para algo que não se encaixe na sua personalidade para o resto da vida.

Tendo em mente os cuidados necessários e a idéia do desenho, partimos para a última etapa, o custo. Existem várias campanhas sobre isto espalhadas pela internet, onde discute-se o valor financeiro que a tatuagem deve ter.

É um investimento. Se você chega ao estúdio de um bom profissional, com certeza ele tem um custo para estar ali e o valor não está relacionado somente com o desenho, mas sim aos gastos como a tinta, as agulhas, a energia elétrica, o aluguel, a conta de água, o atendimento... Além disso, existe toda uma bagagem e responsabilidade que o tatuador carrega: ele não pode errar.

É interessante pensar nisso quando for a um estúdio: você tem que confiar a quem está entregando sua pele. E isso faz parte do investimento.
Para todos aqueles que admiram a arte, é interessante saber que estamos caminhando a passos largos na questão dos direitos, segurança e respeito.

Abraços tatuados.






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