07 fevereiro 2012

Marchinha "Temporal de Cachaça", de Leandro Almeida é vice-campeã

No domingo, tivemos a final do Concurso Nacional de Marchinhas, onde "Temporal de Cachaça", do mineiro Leandro Almeida; de Paraisópolis, estava entre as 10 finalistas.
Sua composição ficou em segundo lugar! Para quem gosta de Carnaval, aproveite para conhecer as marchinhas campeãs.

Acompanhe a divulgação do blog da organizadora do Concurso http://blog.concursodemarchinhas.com.br/


Vem de Recife a primeira campeã nordestina do Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas: com 43% dos votos dos telespectadores do Fantástico, a galhofeira Papagaio no arame, de Fábio Simões, levou o prêmio Mário Lago, como grande vencedora da sétima edição do certame. Funcionário público de profissão, Fábio – que tem 39 anos e nasceu em Arcoverde, no sertão pernambucano – já teve música gravada por Elba Ramalho, como contou em entrevista recente aqui no blog.
Com arranjo do gaúcho Altair Martins, a Papagaio no arame foi defendida pela cantora Valéria Wanda, que encheu o palco da Fundição Progresso com passos de frevo, fazendo bonito na grande final do Concurso e sendo decisiva para a conquista – clique aqui para assistir ao momento do anúncio, no link do Fantástico.
A vice-campeã foi Temporal de cachaça (30%), do mineiro Leandro Almeida, que contou com a maior e mais animada torcida organizada do baile. Já o terceiro lugar ficou com Tudo dói (27%), de autoria dos dois grandes personagens da noite: Darcy Maravilha e Sérgio Foleado.
Mais informações e fotos do baile final ao longo da semana, aqui no blog do Concurso.


Entrevista com Leandro Almeida

Da Flórida à Fundição, um folião movido a cachaça!


Uca, branquinha, canjebrina, marvada, caninha, água-que-passarinho-não-bebe, aquela-que-matou-o-guarda…
Pela quantidade de apelidos, nota-se a intimidade que o brasileiro tem com a cachaça. Se o sujeito tiver nascido em Minas Gerais, então, a intimidade é ainda maior, como comprova o analista de negócios Leandro Almeida, que mesmo fora do Brasil há quatro anos nunca deixou faltar uma gota da purinha na casa em que mora, em Coral Springs (Flórida, EUA). Pois foi lá que, encharcado de saudades do carnaval brasileiro, ele fez a marchinha Temporal de cachaça, primeira concorrente da história do Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas nascida em outro país. Nesta entrevista, o compositor fala da sua relação com o carnaval, da vida paralela de compositor e de sua cidade de origem, Paraisópolis (MG), que tem como principal souvenir uma cachaça que tem o nome sugestivo de… Amélia.

Antes de mais nada: o que um folião mineiro está fazendo nos EUA?Vim pela empresa em que trabalho, para um projeto de um ano, mas outras oportunidades apareceram e o plano inicial mudou. Resultado: já estou há quatro anos fora! Trabalho na área comercial, como analista de negócios, e vivo no sul da Flórida, entre as cidades de Coral Springs (onde moro) e Fort Lauderdale (onde trabalho).

Sua marchinha foi composta ainda nos tempos de Brasil ou é made in USA?
Made in USA
, mas com matéria-prima 100% brasileira e genuína (risos). A composição de Temporal de cachaça surgiu naturalmente, brincando com alguns temas. Achei o tema sugestivo, já que a cachaça faz parte da história e do cotidiano de qualquer brasileiro – ainda mais se ele tiver nascido em Minas Gerais. Além do mais, cachaça e carnaval também dão uma combinação bem brasileira.

Ainda mais se o compositor for mineiro…
E um fato curioso, porque a marchinha estava pronta antes mesmo de saber quem era o homenageado do Concurso neste ano, é que uma de suas músicas mais populares (Amélia) é nome de uma cachaça de Paraisópolis, que foi criada por meu bisavô em 1916 e está ate hoje no mercado. Aliás, considero Paraisópolis a minha cidade mas nasci mesmo em Itajubá (MG), em 14 de fevereiro de 1979. Se quiserem me dar um presente de aniversário antecipado, aceito o primeiro lugar no Concurso (risos).

Barril de chuva, mar que vira miragem, guarda-chuva de funil… Foi a falta ou o excesso de pinga que resultou em tantas imagens surrealistas?
As imagens não nasceram dos efeitos da cachaça, mas sempre tenho alguma comigo e não tem sobrado para o Tio Sam. Quem sabe um dia não cai um temporal desses por aqui também?

Vai vir ao Rio para o baile final ou vai acompanhar pela Globo Internacional, do inverno americano?
Que inverno que nada! Estou com passagem comprada e nos preparativos para a final. Já foi difícil não poder participar dos outros eventos…

Alguma boa história de carnaval na sua memória?
Com certeza as melhores lembranças do carnaval são da minha adolescência, do carnaval de salão, com marchinhas, confete e serpentina… Outras boas memórias são dos desfiles da União Independente Porta de Buteco e do Portal das Gerais, duas escolas de samba de Paraisópolis. Já compus sambas para as duas.

Como é a vida paralela de compositor? Dá para conciliar com a rotina de escritório?
Além de curtir a atividade de pesquisador (gosto de ir atrás tanto dos antigos quanto dos novos), componho com frequência. Mas geralmente não sento pra fazer música, as idéias vêm naturalmente e vou fazendo onde estou. Já tenho mais de cem composições, na maioria sambas. Quando bate aquela saudade do Brasil, mato logo com uma música. Mas Temporal de cachaca foi a primeira gravada profissionalmente. E que seja só o começo!

Mas, carnaval que é bom, só aqui mesmo…
No lugar onde moro existe uma influência latina muito forte, além de uma grande comunidade brasileira. O bom é que podemos encontrar quase tudo, de queijo mineiro (claro!) a feijoada e chorinho. Bateu saudade, é só ir ouvir o
Clube do Choro de Miami, que tem um repertório muito bom de sambas e choros.

O que conhece sobre Mário Lago? Qual sua composição preferida dele?Conheço Mário Lago mais na TV. Infelizmente, não pude conhecer seu trabalho no teatro e no rádio. Além de gostar de suas composições, gosto dele como cantor também, da sua interpretação, da sua voz. Sua obra musical conheci melhor nos últimos anos. Além das mais populares, gosto de Faz como eu, Faz de conta e É tão gostoso, seu moço.

Temporal de cachaça
Leandro Almeida

Hoje o sol acordou mais cedo
A lua sequer partiu
O mar virou uma miragem
Quando lá do céu caiu
Um temporal de cachaça
Todo mundo aplaudiu

E pedia pra São Pedro:
“Manda chuva no barril”  (bis)

Cai, cai, cai, cachaça
Acha graça quem não viu
Já virou moda na praça
Guarda-chuva de funil
Chove, pinga, pinga
Só não molha quem não quer
Se essa chuva não der trégua
Ninguém vai parar em pé

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